segunda-feira, novembro 29, 2004

Porque tudo está a voltar a fazer sentido outra vez...




...Deixo-vos esta imagem magnífica, numa praia magnífica, com um por-do-sol magnífico e com o desporto mais magnífico, um sítio onde me sinto bem e encontro a paz. Algo a que me agarrei quando tudo estava às avessas e a chama que arde em mim deixou de brilhar e passou a consumir-me. Agora restaurou-se este brilho morno e quente o Mundo voltou a ser redondo outra vez.


Sem nada mais a dizer por agora... Este blog tem andado um pouco desleixado, o número de comments reduziu e não sei o que se diz agora pela blogosfera, porque não tenho visitado os vossos blogs, mas esta situação será alterada, não só por mim, mas também pelas minhas duas compinchas com sabor a pão.
Simplesmente um beijinhos para todos.

quinta-feira, novembro 25, 2004

Esta é a minha Fé

Não estava a aguentar. A chorar, revoltada, angustiada, amargurada e desnorteada entrei no meu quarto, vesti-me, peguei num casaco, num pacote de lenços e sem telemóvel, sem música, sem chave de casa, simplesmente saí.
Eu quase voava enquanto os meus pés percorriam os caminhos familiares da minha cidade cinzenta.
Não via nada, não ouvia nada, não queria saber de nada.
Apenas tinha aquela dor latejante no peito, que me queimava como ferro em brasa e que ameaçava não sair... Ameaçava nunca mais sair.
Respirei fundo, tentei acalmar-me.
Desejei não encontrar ninguém, ser uma sombra invisível para me afogar naquele cinzento, ao mesmo tempo que desejei um rosto e uma palavra amiga.
No fundo, eu só queria cavar dali para fora, tal como tinha cavado de casa. Recordei os países quentes e exóticos que visitei em felizes verões passados e sonhei com uma casa junto ao mar e um pequeno-almoço na cama depois de uma noite de amor.
Continuei em frente sem rumo, até que parei numas escadas degradadas onde me sentei e fiquei pela primeira vez a observar. Não me sentia bem ali, queria estar em casa, mas também não queria voltar.
Vi crianças felizes que abriram um ligeiro sorriso na minha face transtornada, vi velhos a passearem pela rua e vi pessoas a passearem os cães para que este fizessem a sua merda diária.
Ali sentada comecei a olhar para os círculos no chão e a imaginar se estes não poderiam ser a entrada para um Mundo muito melhor, tal como nas histórias e quanto eu não daria para provar o sabor dos meus sonhos.
Ali sentada pensei em Deus.
Pensei no sentido da vida, pensei na morte, pensei no Universo, pensei em Deus.
Pensei em quem nós eramos, nas almas que habitavam dentro de nós, daquele outro que nos completava e na nossa genuinidade. Depois comecei a pensar na morte... Num dia podiamos ser donos do Mundo, no dia a seguir tudo isso podia simplesmente desaparecer. A morte de um velho... Pode ser explicada pelo "grande ciclo da vida", "eu vou para dar lugar a outra mais jovem com uma grande vida pela frente", mas a morte de uma criança é desprovida de poesia e palavras de saudade. Uma criança que morre, nunca se encontrará com a sua alma gémea, nunca proverá o sabor do seu primeiro beijo, nunca rirá horas e horas seguidas da simples alegria de viver. Qual é o sentido de trazer uma alma ao Mundo para isto? Qual poderá ser o seu papel nesta vida? Porque é que estas coisas acontecem? Será que afinal estamos mesmo sozinhos? Será que somos iguais a todos os outros e que por isso aspiramos tanto à glória, notariedade e fama? Esta sede... Esta sede de ser, esta fome de glória, esta inexplicável batalha travada todos os dias pelos nossos sonhos...
"Deus... Confio em ti, mas porque permites que estas coisas aconteçam?"
Não encontrei a resposta à minha pergunta... E acho que vou provavelmente passar o resto da minha vida à procura dela, mas encontrei dentro de mim, algo que me deu esperança e forças para enfrentar de novo a vida com um ânimo diferente... Sobe com uma certeza inabalável, o que nunca antes apenas havia posto em causa. Soube que "às vezes requeria mais coragem continuar a viver" e encontrei em mim uma paz...
Uma paz chamada Fé.
Estou nas tuas mãos.
Confio em ti.
Obrigada pela minha vida.
Tenho Fé em ti Deus.


domingo, novembro 21, 2004

Chamar a Música

Sem nada para escrever...



Hoje sinto-me desiludida...

...Dá-me música.

segunda-feira, novembro 15, 2004

Porque é que é sempre tudo TÃO difícil...?


terça-feira, novembro 02, 2004

Só Palavras

Viajas pelos corredores da vida, perdendo-te num labirinto emaranhado de paixões não concretizadas e sonhos quase vividos. Afogas o teu desespero e solidão nas tuas maravilhosas gargalhadas e na companhia dos teus amigos. Amigos que não te conhecem. Amigos que não sabem. Amigos que não leêm em ti, que não veêm o negro dos teus olhos, a fome das tuas mãos, a tua alma afogada no teu desgosto a berrar no meio da tempestade por um via de fuga desta vida macabra que vivemos. Pedes o Sol, pedes a Lua, pedes amor, pedes paixão, pedes felicidade, pedes um sorriso, pedes alguém, pedes sabedoria, pedes compreensão. Pedes berrando de tua justiça através dos teus olhos sós e perdidos, pedes sem ver, pedes cego na tua tristeza. Pedes sem o querer porque tens medo. És cobarde! És cobarde... Se há algo que te assuste mais do que a tua tristeza é a felicidade. Quando vês o Sol pedes que apaguem a luz, para que este não magoe os teus olhos que nada vêem.
Cada dia estás mais desesperado...
Cada dia estás mais só.
Cada dia te afogas mais e mais na tua solidão, enfrentando as trevas que te comem calado, sem ousar gritar o que realmente sentes.
Mas sussurras... Sim. Eu sei que sussurras. Não me podes enganar a mim que me sento na sombra a desejar-te, enquanto vejo a tua luta interior e tenho vislumbres dos fantasmas que te sugam e te consomem. Sentada na sombra oiço os teus murmúrios, oiço os teus gemidos, oiço-te sussurrar a tua verdade. Oiço essa nostálgica canção através dos teus gestos. Oiço-a quando te ris, oiço-a quando falas, oiço-a quando desvias o olhar onde te sentes reflectido. Oiço-a nos teus passos. Oiço-a na forma como moves as tuas mãos perfeitas para rabiscar o papel com a caneta. Oiço-a na mala pesada que carregas, cujo fardo nada significa quando comparado ao que transportas contigo no peito. Oiço-a no roçar da tua camisa na pele, nos teus suspiros abafados e nas tuas palavras nunca ditas. Oiço... Oiço a força que te faz continuar, a saudade do futuro, do que nunca aconteceu, que te dá esperança para acreditar e que te consome todos os dias desesperadamente.
Eu podia sussurar-te os bálsamos das minhas palavras nos teus ouvidos. Podia talvez pegar na tua mão para te levantar desse poço fundo em que caiste. Podia lutar contigo contra as trevas que te consomem. Podia talvez ser o teu raio de Sol.
Mas não sou. Porque dentro de mim sei não só a tua verdade como também a minha. Eu sou como tu. Sou cobarde. Tenho medo de abrir os olhos e cegar com a luz que possa ver. E a luz és tu meu amor.
Mas não te esqueças meu amor... Nunca olvides este pensamento de quão traiçoeiras são as palavras.
As palavras... Oh essas! Essas palavras traiçoeiras que chocam contra o nosso coração fazendo-o ouvir o que elas sabem que ele quer ouvir... E esse estúpido ouve e deixa-se embalar pelo doce mel dado aos escravos da vida para que estes pensem que não o são. É engraçado como pudemos moldar as palavras à nossa vontade. A palavra certa (ou será errada?) e um criminoso sái ilibado pela justiça enquando um inocente é condenado. A palavra errada e uma vida que ainda no dia anterior fazia todo o sentido é arruinada. A palavra real e um coração parte-se. A palavra ilusória e talvez este volte a sonhar. São umas filhas da puta estas cabrazinhas armadas em bálsamos que insistem em invadir a nossa intimidade, em obstruir-nos os pensamentos e diluir-nos a vontade. Vão à merda. Vão-se foder. Vão para o caralho. Deixem de me controlar porra! Eu sei que já vos disse! Eu já vos tinha dito que não gosto de me sentir assim. Detesto quando vocês tomam conta de um sentimento com o qual eu não sei lidar, detesto quando vocês insistem em alimentar o meu rídiculo orgulho fazendo-o negar a verdade, detesto quando vocês me fazem sonhar e me impedem de ver a realidade. Por isso não posso passar sem vocês.Mas vocês são perigosas... Muito perigosas... Juro-vos que são! Essa droga que me dá prazer e me fere, com as suas garras afiadas que nada poupam... Pele, ossos, tendões, coração, sentimentos, emoções, membros delicerados sobre o poder destrutivo das maravilhosas e maviosas palavras que nos saem sensualmente pelos lábios, como escravas sedutoras do diabo, que tal como tudo, também se podem transformar em anjos enviados de Deus, a apaziguar a nossa guerra e a enviar-nos a paz e a sabedoria.
Pudemos talvez controlar a nossa vontade, mas não pudemos controlar o desenho que não nos pertence e que se desenha nos nossos dedos e nos nossos lábios através de palavras.
Quero voltar a respirar. Preciso de apartar de mim este sufoco que me abrange o peito. Afastem-se de mim. Parem de me confundir. Deixem que tudo passe a fazer sentido... Outra vez... Por favor... Não berrem mais comigo.